quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A garota e o atleta - texto 3 -

Era preciso sentir, era preciso tocar. 
Digo; era necessário tocar para sentir
enfim 
seu coração acelerar.

Não é mais o céu estrelado de outubro a qual observo, sequer sei por onde o atleta anda. A janela a minha frente está fechada; a cortina azul mar não me deixa observar o que se passa lá fora, nenhuma fresta do luar ilumina minha cama nem meu coração. Sento-me no chão gelado do quarto observando o escuro vazio invadir o que me resta de luz cheia. Me responda por favor, você já sentiu como se houvesse esquecido o caminho de casa, esquecido o teu porto seguro? Eu aqui nesse quarto escuro e trancada cada vez mais tenho a certeza que nossa historia teve seu fim, não em outubro, mas sim em outro mês qualquer
Por mais que algumas coisas cheguem aos finais, nem sempre o mais fácil é seguir.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sonha(dor)a

Enquanto tomo mais uma xícara de café; revejo nossas fotos, vou deixando-as em cima da cama, tentando entender porque a gente tem que acordar um dia ou porque alguém nos acorda na melhor parte do sonho. Porque encantamento não dura para sempre, ou melhor; porque o para sempre nos faz acreditar que é mesmo para sempre. Tempo às vezes nos faz mal e piores a qual já fomos um dia, essa é a realidade baby. Um dia as coisas saem do controle. Quando você sentir que algo dentro de você parou de bater, que deixou até mesmo de bombear teu sangue, você vai entender como me sinto, como gostaria de me sentir todos os dias ao relembrar do teu sorriso. Eu poderia acreditar em sonhos, poderia acreditar que meus sonhos um dia seriam nossos sonhos, se o nós realmente existisse e se eu realmente conseguisse dormir. Mas nos não sonhamos mais e eu nunca fui uma sonhadora.



A garota e o atleta - texto 2 -

E mais uma vez estou a observar o céu da janela do meu quarto, eu não desisti, nem o atleta, acreditamos cada um no que nos propúnhamos a alcançar, mas o céu já não tem tantas estrelas e outubro já esta no fim. Ao fundo posso ver as luzes da cidade, em algum lugar afora o atleta comemora por o desfecho de sua historia. Agora olho para o céu com lagrimas escorrendo pelo rosto. Sinto meu corpo se arrepiar de leve, tão leve como a suavidade daqueles dias doces acompanhados de beijos e abraços quentes - Ao menos um de nos conseguiu – pensou



Dialogo

Ei, pra onde você ta indo? – olhos inquietos
A lugar nenhum – encarou-o
Posso ficar aqui com você?
- apertou as mãos apreensivas - Eu não sei se pode – abaixou a cabeça
Porque? – olhos curiosos
To esperando a... solidão... – encolheu-se, se encostando na parede gelada
Eu cheguei – sorriu – então, posso ficar? – limpou um lugar no chão
Pode! – puxou-o para perto, contraindo-o em um abraço - mas por favor, não venha falar sobre sentimentos comigo.




Não quero falar sobre saudade.

Tem coisas que doem apenas em pensar; imagina então em falar, seria como cortar meus pulsos enquanto você fica só olhando o sangue escorrer pelo chão branco do teu quarto, e eu sei que você não quer isso; seria um baita trabalho pra limpar tudo. As vezes sinto como se algo aqui tivesse que ser cortado e replantado ou até mesmo morrer para renascer de outra forma, não menos intenso, não menos acolhedora, apenas mais especifico da sua real e única importância