quarta-feira, 11 de abril de 2012

Art: Definido.

era criança de pele macia e sorriso no rosto, cantarolava os versos mais simples, dançava sozinha, beijava travesseiros, dormia acordada; acordada dormia, e como criança tinha sonhos; sonhos que mais tarde se tornaram seus. Tinha mãos pequenas, abraço quente, cheiro doce. Era gigante quando batia de frente num querer, vez ou outra acabava se machucando (mas você acha que ela abaixava a cabeça?). lá estava ela no dia seguinte com um sorriso malicioso no rosto querendo virar o jogo, e quando alguém subestimava sua forca; ah, ficava para trás! Ela era assim como aquela estrela de marco: Distante e cheia de luz.
Na verdade ela não era criança, era mulher de alma limpa que amava gosto com gostos, olhares acompanhados de palavras, beijos com abraços. Eu a desejava como um louco, louco alucinado por aqueles lábios carnudos, por aqueles olhos olhando-me mancinho, por aquelas mãos a percorrer meu corpo, pelo corpo no contato, pela pele no arrepiar, pelo gosto invadindo a boca, pela boca invadindo o corpo, pelo sussurrar, prazer, gemidos e suor.
Eu era flecha; ela era meu alvo. Sublime e verdadeiro. Intimo e profundo.
Nas noites frias ela era minha luz viva, meu fogo, minha combustão ou melhor; ela e eu éramos apenas um corpo, alma, pensamentos, pés centrados, sonhos nas mãos, olhando e fixando o amanhã como o hoje.




Puxou do bolso um bilhetinho todo amarrotado,

as letras miúdas começavam a apagar com o suor das mãos, esfregou os olhos relendo com dificuldade pela centésima vez: sem tu eu sou metade, sem mim tu só eis metade, e como um nós nos completamos feito metades separadas que se encontraram nos altos e baixas da vida.