quarta-feira, 11 de abril de 2012

Art: Definido.

era criança de pele macia e sorriso no rosto, cantarolava os versos mais simples, dançava sozinha, beijava travesseiros, dormia acordada; acordada dormia, e como criança tinha sonhos; sonhos que mais tarde se tornaram seus. Tinha mãos pequenas, abraço quente, cheiro doce. Era gigante quando batia de frente num querer, vez ou outra acabava se machucando (mas você acha que ela abaixava a cabeça?). lá estava ela no dia seguinte com um sorriso malicioso no rosto querendo virar o jogo, e quando alguém subestimava sua forca; ah, ficava para trás! Ela era assim como aquela estrela de marco: Distante e cheia de luz.
Na verdade ela não era criança, era mulher de alma limpa que amava gosto com gostos, olhares acompanhados de palavras, beijos com abraços. Eu a desejava como um louco, louco alucinado por aqueles lábios carnudos, por aqueles olhos olhando-me mancinho, por aquelas mãos a percorrer meu corpo, pelo corpo no contato, pela pele no arrepiar, pelo gosto invadindo a boca, pela boca invadindo o corpo, pelo sussurrar, prazer, gemidos e suor.
Eu era flecha; ela era meu alvo. Sublime e verdadeiro. Intimo e profundo.
Nas noites frias ela era minha luz viva, meu fogo, minha combustão ou melhor; ela e eu éramos apenas um corpo, alma, pensamentos, pés centrados, sonhos nas mãos, olhando e fixando o amanhã como o hoje.




Puxou do bolso um bilhetinho todo amarrotado,

as letras miúdas começavam a apagar com o suor das mãos, esfregou os olhos relendo com dificuldade pela centésima vez: sem tu eu sou metade, sem mim tu só eis metade, e como um nós nos completamos feito metades separadas que se encontraram nos altos e baixas da vida.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A garota e o atleta - texto 3 -

Era preciso sentir, era preciso tocar. 
Digo; era necessário tocar para sentir
enfim 
seu coração acelerar.

Não é mais o céu estrelado de outubro a qual observo, sequer sei por onde o atleta anda. A janela a minha frente está fechada; a cortina azul mar não me deixa observar o que se passa lá fora, nenhuma fresta do luar ilumina minha cama nem meu coração. Sento-me no chão gelado do quarto observando o escuro vazio invadir o que me resta de luz cheia. Me responda por favor, você já sentiu como se houvesse esquecido o caminho de casa, esquecido o teu porto seguro? Eu aqui nesse quarto escuro e trancada cada vez mais tenho a certeza que nossa historia teve seu fim, não em outubro, mas sim em outro mês qualquer
Por mais que algumas coisas cheguem aos finais, nem sempre o mais fácil é seguir.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sonha(dor)a

Enquanto tomo mais uma xícara de café; revejo nossas fotos, vou deixando-as em cima da cama, tentando entender porque a gente tem que acordar um dia ou porque alguém nos acorda na melhor parte do sonho. Porque encantamento não dura para sempre, ou melhor; porque o para sempre nos faz acreditar que é mesmo para sempre. Tempo às vezes nos faz mal e piores a qual já fomos um dia, essa é a realidade baby. Um dia as coisas saem do controle. Quando você sentir que algo dentro de você parou de bater, que deixou até mesmo de bombear teu sangue, você vai entender como me sinto, como gostaria de me sentir todos os dias ao relembrar do teu sorriso. Eu poderia acreditar em sonhos, poderia acreditar que meus sonhos um dia seriam nossos sonhos, se o nós realmente existisse e se eu realmente conseguisse dormir. Mas nos não sonhamos mais e eu nunca fui uma sonhadora.



A garota e o atleta - texto 2 -

E mais uma vez estou a observar o céu da janela do meu quarto, eu não desisti, nem o atleta, acreditamos cada um no que nos propúnhamos a alcançar, mas o céu já não tem tantas estrelas e outubro já esta no fim. Ao fundo posso ver as luzes da cidade, em algum lugar afora o atleta comemora por o desfecho de sua historia. Agora olho para o céu com lagrimas escorrendo pelo rosto. Sinto meu corpo se arrepiar de leve, tão leve como a suavidade daqueles dias doces acompanhados de beijos e abraços quentes - Ao menos um de nos conseguiu – pensou



Dialogo

Ei, pra onde você ta indo? – olhos inquietos
A lugar nenhum – encarou-o
Posso ficar aqui com você?
- apertou as mãos apreensivas - Eu não sei se pode – abaixou a cabeça
Porque? – olhos curiosos
To esperando a... solidão... – encolheu-se, se encostando na parede gelada
Eu cheguei – sorriu – então, posso ficar? – limpou um lugar no chão
Pode! – puxou-o para perto, contraindo-o em um abraço - mas por favor, não venha falar sobre sentimentos comigo.




Não quero falar sobre saudade.

Tem coisas que doem apenas em pensar; imagina então em falar, seria como cortar meus pulsos enquanto você fica só olhando o sangue escorrer pelo chão branco do teu quarto, e eu sei que você não quer isso; seria um baita trabalho pra limpar tudo. As vezes sinto como se algo aqui tivesse que ser cortado e replantado ou até mesmo morrer para renascer de outra forma, não menos intenso, não menos acolhedora, apenas mais especifico da sua real e única importância



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

re-admitir

Talvez a culpa não seja minha, ou até que pode ser. eu assumiria meus erros, mas não os teus, eu até poderia acreditar que mudanças iriam acontecer, mas no fundo não te sinto como o cara sincero que sempre foi, não te vejo mais como o garoto que entrou e ascendeu todas as luzes da casa, saia, por favor, e apague tudo o que você iluminou. 


domingo, 6 de novembro de 2011

Re-conhecer


Posso ficar aqui com você? - estendeu a mão
Pode! - tocou-me nos dedos
Você ta quente - segurou-me com mais força
Você ta gelada - retribui o aperto de mão
Preciso me esquentar - puxou-me envolvendo em um abraço
Preciso esfriar - afoguei as mãos em suas costas me acomodando - mais eu to de partida - soltei-a e esfreguei as mãos na calça jeans surrada
Posso ir com você? - sorriu presunçosa
Eu não sei se você vai gostar - encarei-a abaixando a cabeça por fim
Não importa! - pegou a mochila e pós nas costas -eu não vou te largar por nada
Por nada? - Observei espantada
por nada! - segurou-me novamente
então eu também nao te largo - abri um sorriso de canto a canto do rosto


for: dantavares